Educação

O preço para estudar

Com a falta de recargas dos cartões escolares, alunos da Escola Marechal Rondon, em Monte Bonito, estão tendo que pagar o valor integral da passagem, de R$ 4,00

Infocenter -

Os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Marechal Rondon, em Monte Bonito, estão tendo que arcar com o valor integral das passagens, de R$ 4,00, do transporte feito por ônibus até a instituição. Apesar do início do ano letivo em 18 de fevereiro, os créditos referentes à metade do valor, não foram depositados no cartão escolar dos estudantes, que relatam vão precisar faltar em alguns dias, por não terem como custearem as passagens. A Secretarias Municipal de Educação e Desporto (SMED) e a Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos (SARH) alegam que a direção da escola ainda não entregou a documentação necessária.

"Estou tirando dinheiro do bolso, de onde não tenho, para pagar as passagens", conta Sueli Müller, mãe de dois estudantes do local, um de 18 anos e outro de 15 anos. Trabalhando como cuidadora de idosos, ela conta que recebe menos de um salário mínimo, para o sustento da família. Dessa forma, afirma que os R$ 16,00 diários, necessários para que os filhos possam ir e retornar da escola, fazem falta. Segundo ela, a situação foi repetida duas vezes no ano passado. "Meus filhos nem foram uns dias, não tinha passagem", lembra. Na época, a situação foi normalizada em uma semana. Filho de Sueli, o estudante do segundo ano do ensino médio, Gabriel Müller afirma que a escola está localizada a cerca de cinco quilômetros de sua residência e que nesta sexta-feira irá para a escola, mas o irmão precisará faltar. Entre os colegas, a opção também é pela ausência em aula, por questões financeiras. "Falaram que teriam que faltar alguns dias porque não dá para pagar", cita o estudante.

A situação também é vivida pelo filho da Ida Possas, de 15 anos, que cursa o segundo ano do ensino Médio. "É ruim para eles passarem por esse estresse no início das aulas", afirma. Segundo ela, a justificativa da diretora da Escola é de que há a necessidade de que seja elaborada uma lista dos alunos nas salas, procedimento feito no início das aulas. "Para que faz rematrícula então? Já sabem quem irá voltar", desabafa a mãe. Ela recorda da situação no ano passado, em que alunos tiveram que faltar à aula por não terem passagem, além de terem sido impedidos de entrar nos ônibus. "Ano passado foi um caos. Este ano está se encaminhando para o mesmo", lamenta a Ida.

Impasse persiste

O titular da Secretaria Municipal de Educação e Desporto (SMED), Artur Corrêa, explica que, há um convênio, entre prefeitura e governo do Estado, que repassa os valores das recargas para o município. Com isso, a pasta seria responsável pela aprovação de uma lista de alunos e os dias letivos, enviadas pelas escolas até o dia 30 de cada mês. Em seguida, a documentação segue para a Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos (SARH), que autoriza o pagamento dos créditos. "Todos os que chegaram já foram autorizados", garante o Secretário. Segundo ele, o que pode ter ocorrido é o atraso no envio da listagem pela direção da Marechal Rondon, o que ocasiona no atraso das liberações. Além disso, afirma que o problema é recorrente com a escola. "Em outras do estado nunca tive problema, essa sempre atrasa", complementa.

O secretário da SARH, Eduardo Schaefer, faz coro ao colega de gestão e diz que a situação é decorrente da demora na entrega das planilhas por parte da direção da escola. "Não chegou para nós", afirma. De acordo com a oficial administrativa da pasta, Maíra Cavalheiro, a situação também acontece em outras escolas estaduais que ainda não entregaram a documentação, que precisarão ser aprovadas também pela SMED, processo que pode levar até cinco dias uteis, até que ocorra a liberação dos vales pela Empresa responsável.

A Diretora do escola, Eleonara Padilha, afirma que o prazo proposto para o envio da lista é amanhã, e que a liberação dos créditos, segundo informado pela SARH, seria feita somente a partir do início de março. "Infelizmente a culpa não é da escola nem da empresa", conta, ressaltando que a situação é repetida em todo início do ano letivo.

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